Inédito! Dois em um dia!
Acho que consegui instaurar em mim a política do "escrever é preciso, reler não é preciso". A razão é que, apesar de reler compulsivamente o que eu escrevo por aqui, acho que venho conseguindo me libertar, ao menos aos pouquinhos, da idéia de que todo mundo que eventualmente passa por aqui, pode ler e no caso da internet, é TODO MUNDO MESMO!
Antes eu ficava me perguntando o porque de não conseguir escrever tão bonito quanto o fulano, de não fazer comentários tão inteligentes quanto os de beltrano, de conseguir filosofar sobre a vida... e por aí vai... Tinha até uma fantasia de um dia escutar o povo comentando sobre algum comentário meu na mesa do boteco, ou mesmo de conseguir fazer algum post que prestasse, discutindo um assunto pertinente à vida humana na Terra... Mas não... Continuo discorrendo sobre nada. Falo, falo, falo e não chego a lugar nenhum. Meu Blog é uma grande bicicleta ergométrica. Não leva a lugar algum!
Mas, pelo menos agora ele me diverte, e muito!!!
Por vezes chego a pensar porque foi que levei tanto tempo pra povoar isso aqui de posts inúteis. A conclusão vem quase que imediatamente... Auto-crítica!
Ah, essa ferramenta danada. Quem foi que inventou isso?
Ela devia vir pra salvar a gente de dizer aquela homérica besteira no primeiro jantar com a futura mãe dos filhos, segurar o fiofó e impedir uma ação flatulenta no elevador lotado ou ainda pra emperrar o cartão de crédito no bolso quando você estivesse prestes a comprar aquela camisa florida ridícula de turista americano em Copacabana; mas não, ela não pára por aí e muito menos se contenta com tão pouco!!! Ela tem que te escravizar, te repreender até que você não tenha mais coragem de dizer nem mesmo seu nome inteiro, com medo de parecer ridículo por ter nome de porteiro...
Assim ela vai minando todos os seus recursos, sua espontaneidade, sua originalidade... Troca, aos poucos, o espontâneo, pelo adequado; o original, pelo padrão; o inédito, pelo aprovado. Quase um financiamento para comprar apartamento, só que no final, você não ganha muita coisa... Nem o apartamento em questão...
Não sei bem como é que os outros mortais aprendem a lidar com isso. Eu comecei a dar uma categórica rasteira na minha, com a chegança da idade, sabe? A cada cabelinho branco na minha barba (isso mesmo, na barba), uma vitória, uma banda. Já consegui até mesmo expor minha brancura na piscina do hotel, trajando apenas minha poderosa sunga preta (super "united colors of benneton"), deixando meus cambitos à mostra, pra todo mundo ver! E olha que nem me importei com os saradinhos e saradinhas... Eles que percam tempo na academia! Eu tenho mais o que fazer... Heheheh...
E vou evoluindo aos pouquinhos, baby steps, um dia recuso cerveja no boteco porque tenho que acordar cedo no dia seguinte, no outro peço sanduíche extra no avião... E assim eu vou! Subindo aos poucos...
Só espero não me perder, porque velho e sem noção, ninguém merece...
Opa... Sai auto-crítica!! Me deixa, ora bolas!!!